Quando inspiramos pela primeira vez, recém-saídos do útero, os astros falam conosco. Estas palavras ficam marcadas em nossa memória, uma voz que nos guia – ou nos obstrui – nas nossas jornadas pessoais. A primeira coisa que a voz nos diz é para olharmos para o leste, no ponto onde o sol toca o horizonte. Ali se encontra nosso signo ascendente.
O ascendente é a primeira marca astrológica. É a máscara que vestimos desde o princípio, nossa reação mais espontânea às outras pessoas e ao nosso ambiente. Quando pegos desprevenidos ou despreocupados, quando indecisos quanto ao nosso rumo de ação, o ascendente se torna nosso comportamento padrão, tal qual um instinto ou uma função fisiológica. Não é à toa que muitos astrólogos relacionam o ascendente com as características físicas. Não é à toa que muitos de nossos conhecidos e entes queridos nos identificam com as características do nosso signo nascente.
O ascendente tem uma relação estreita com a primeira casa do zodíaco, regida pelo signo de áries. Áries é impulso, fisicalidade, reação e começo. Também é a individualização, a busca da resposta para a pergunta: “quem sou eu?”. Ao mesmo tempo que o ascendente é uma máscara, ele possui um significado do mais alto grau, sutil e abrangente. O ascendente é a resposta que os praticantes das formas mais elevadas de espiritualidade buscam. O sábio indiano Ramana Maharshi priorizava aos seus discípulos a pergunta “quem sou eu?”. Místicos ocidentais realizam seus rituais voltados para o leste, para a aurora, como representação do despertar espiritual.
O ascendente, enquanto símbolo tanto do início como do fim de nosso mapa natal, é, ao mesmo tempo, o mais mundano e o mais transcendente.
Um estudante de zen budismo perguntou ao seu mestre: “Mestre, o que é o zen?”
O mestre disse: “Você já terminou de comer? Então lave seu prato.”
Este é o ascendente.